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Do CTG em Ijuí para o mundo conheça Leko Bertoldo, o baterista maluco

Sucesso no Instagram e no TikTok, instrumentista tem viralizado com suas performances criativas em vídeo
Para Leonardo Bertoldo, 28 anos, é possível tocar bateria usando costelão 12 horas como baqueta. Ou, então, espigas de milho. Talvez seja tranquilo desentupir bomba de chimarrão tocando o instrumento. Quem sabe, uma bicicleta possa servir como uma das mãos para a batida. Usar melancia e abóboras como percussão? Dentro. Também é possível tocar com balões ou bolas de plástico.
Não é à toa que Leko, como é conhecido, passou também a ser apelidado de “baterista maluco”. Com seus vídeos curtos contendo cortes rápidos, além de postura descontraída enquanto toca o instrumento (às vezes, subindo na percussão), ele saiu do fundo dos palcos para viralizar nas redes sociais.
No Instagram, ele acumula 477 mil seguidores, enquanto no TikTok esse número é de 311,5 mil, além de 2,7 milhões de curtidas. Natural de Ijuí — hoje vive entre o município do Noroeste gaúcho, Londrina (PR) e São Paulo, onde fica seu escritório —, Leko começou a tocar bateria por volta dos quatro anos. Seu interesse pelo instrumento veio da época em que frequentava o CTG.

 

 

— Eu ficava vidrado na bateria. Passava metade do baile só assistindo ao baterista — recorda.

Em sua formação, os bateristas do Sul são as principais referências, como Sagüi (Tchê Garotos), Marlon Castilhos (ex-Tchê Barbaridade) e Anderson Nogueira (ex-Tradição). Porém, o que lhe despertou mesmo para seu estilo foram bateristas mais “doidos”, como ele descreve. Tudo mudou quando assistiu ao performático baterista do Maná, Alex González, que se tornou sua inspiração.

— Queria ser aquele cara. Passei a trazer isso para meu cotidiano e começou a dar muito certo. Tornou-se minha identidade. Ao tocar bateria, sempre tento trazer uma doideira, seja subindo no instrumento ou dançando junto — descreve Leko.

Quem o ensinou a tocar bateria foi seu irmão, Guilherme, integrante da dupla Thaeme & Thiago. Leko tocava bateria direto em bailes até o começo da adolescência, quando formou uma dupla com o irmão, na qual deixou o instrumento de lado para cantar. Mas seu negócio mesmo era a bateria. Após desfeito esse projeto, os dois entraram no grupo Os 4 Gaudérios, onde Leko voltou a assumir as baquetas.

Quando Thiago (hoje nome artístico do irmão) foi convidado para ser vocalista do Grupo Tradição, em 2009, no lugar de Michel Teló, Leko entrou como baterista. Em 2013, os dois migraram para Thaeme & Thiago.

 

 

A partir daí, Leko construiu um bom elo no meio sertanejo, conhecendo artistas e atuando também como baterista de gravação de DVD e discos. Ele tocou com nomes como Fernando e Sorocaba, Marcos & Belutti, Gusttavo Lima, Zezé di Camargo e Luciano, Hugo e Guilherme, entre outros.

Contudo, Leko mantinha seu trabalho paralelo com a internet, com seus vídeos, embora não fosse ainda seu foco. Até que decidiu seguir seu próprio rumo, tendo um negócio que protagonizasse e fosse seu próprio chefe. Decidiu parar com as gravações, e os shows para se dedicar à internet.

— Se continuasse no meio sertanejo como baterista de banda ou gravações, só iria ficar mudando de artista. Já passei por grandes programas e palcos. Seria sempre a mesma experiência, sem novidade. Quis buscar algo meu, um novo desafio. Deixar a zona de conforto — explica.

Na época, Leko estava em São Paulo e se mudou para Londrina (PR). Logo após a transferência de cidade, a pandemia estourou. Com isso, procurou construir uma maneira de fazer seus vídeos no próprio apartamento, muitas vezes improvisando com eletrodomésticos.

Leko ressalta que quando decidiu partir para tentar a vida como baterista-influenciador, acabou zerando todos os seus ganhos. No começo, não tinha retorno algum. Nesse período, começou a receber propostas para gravações e até para acompanhar outros artistas nacionais.

— Eram propostas tentadoras, já que ainda não tinha a fonte de renda dos vídeos. Mas meu foco era grande. Estava tão disposto e certeiro de que meu negócio daria certo, que acabei negando muitos convites na época — diz.

Após um tempo, seus vídeos começaram a ganhar notoriedade, e ele começou a produzir conteúdo massivamente. Até que decidiu pegar a bateria e sair para a rua, em busca de vídeos diferentes.

Os cenários de Leko variam: podem ser em uma praia, em uma fazenda, em um terreno baldio, em uma plantação de milho, em uma zona industrial, em um parque etc. Segundo o baterista, as locações tendem a ser escolhidas aleatoriamente.

 

 

— Normalmente, pego a bateria e saio caçando um lugar interessante. Vou de carro e se achar que vai ser na frente de uma casa ou empresa, faço o que der — frisa o instrumentista, que atesta só ter tido incômodos pelo barulho em duas ocasiões.

Leko edita a maioria dos vídeos, que costumam ter 30 segundos em média. Se alguma produção pede um efeito mais técnico, tem uma equipe para apoiá-lo. Estima levar de quatro a cinco horas para gravar, mais duas ou três para editar.

Seu conteúdo é, muitas vezes, inspirado pelas trends (tendências) da internet. Em seu modus operandi, Leko se apropria dos assuntos quentes e tenta adaptá-los para o mundo da música — ou seja, os virais para a bateria.

— Alguns influenciadores cantam, outros dançam ou reproduzem memes, enquanto eu toco bateria. Sempre estou muito ligado ao que está rolando para trazer para o meu instrumento, além de levar música de uma forma diferente para as pessoas — explica.

Após tanto trabalho, o reconhecimento e o sustento chegaram. Leko conseguiu emplacar hits, como Se o Neymar Fosse Baterista, com mais de 200 mil curtidas no Instagram. Ou então o vídeo em que toca De Chão Batido, de Os Serranos, com duas bombas de chimarrão (2,4 milhões de reproduções no TikTok). Ele também costuma ter bons resultados apresentando versões de clássicos do pop e de músicas que estão fazendo sucesso, além de explorar maneiras criativas de tocar bateria.

Neste momento, sua principal renda vem da internet, por meio das parcerias (publis). Para o restante do ano, já tem projetos alinhavados, como um podcast voltado para o mundo da música e um programa para apresentar no YouTube. Ainda, pretende realizar parcerias com DJs — aliás, Leko chegou a integrar um projeto de música eletrônica, Dazdama, fazendo releituras de músicas do pop brasileiro. O baterista ressalta que agora só realizaria participações pontuais: não tem mais intenção de voltar para a estrada, até para não atrapalhar sua produção de conteúdo.

O objetivo é seguir investindo em seu protagonismo. Leko conta que hoje chega nos lugares e é reconhecido, seja como o “cabeça rosa” (admite ter pintado o cabelo como estratégia) ou o “baterista maluco”.

— Saí do fundo do palco para ser protagonista do meu próprio negócio, o que está sendo sensacional — comemora.

fonte – https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer

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